Versatilidade e mistura de ideias: Wild Tour está cada vez mais brasileiro

Casters explicam qual é o estilo brasileiro e quais são as equipes que aplicam a estratégia no Wild Tour

Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

Depois de seis semanas de Wild Tour, uma grande variedade de picks e partidas intensas, um novo estilo de jogo começa a se desenhar no Brasil para o Wild Rift. Mesmo que a influência asiática ainda esteja presente nos confrontos, o brasileiro tem a capacidade de implementar sua identidade em absolutamente tudo, e no campo de batalha não seria diferente.

Conversamos com os casters do torneio para saber se o método brazuca está dando certo ou se é melhor dar prioridade para as estratégias importadas no cenário competitivo.


O que é o meta brasileiro?

Felipe Tonello, caster do Wild Tour: O Brasil é muito versátil em relação ao meta. Então, tudo o que aparece a gente tenta adaptar e fazer um pouquinho do nosso jeito. Como o Brasil é um grande mix de pessoas, o meta brasileiro também é um mix de ideias, Campeões etc.

Em resumo, o que podemos falar sobre a diferença principal entre o meta local e o de outras regiões é que o Brasil gosta muito de brigar, de disputar os objetivos e finalizar o jogo após lutas.

Além disso, os brasileiros têm mais dificuldade de usar estratégias de split push, ou seja, avançando pelas rotas laterais, e ter controle de mapa. Principalmente em relação à Coreia do Sul. Neste sentido, nos parecemos mais com a China, que também tem um pouco de dificuldade de ter mais controle.


Quais são os picks favoritos do meta brasileiro?

Felipe Tonello, caster do Wild Tour: Existem dois picks específicos que são muito brasileiros: Wukong e Rakan. Principalmente Wukong, que não é prioridade em nenhum outro lugar do mundo, mas no Brasil é o oitavo Campeão mais escolhido.

Esse fenômeno Wukong já estava acontecendo antes da chegada do Ruptor Divino [atualização 3.1] quando ele ainda nem era flexível, e só jogava na Jungle. Os brasileiros tinham esse Campeão como preferência, por ele ser muito focado em lutas em grupo. O Rakan é a mesma coisa.

Outras escolhas também são bem diferentes, como Varus, Yuumi e Ahri, por exemplo. Eles não são comuns na Coreia, mas costumam aparecer aqui e na China também. A Ahri é um pouco mais prioritária no Brasil, sim.

O brasileiro se empenha mais em ir para as escolhas em sua zona de conforto. Tendem a ser Campeões que fazem jogadas, que criam situações na partida [mais agressivas].


Quais as características do meta brasileiro?

Ken Harusame, caster do Wild Tour: A galera gosta de ir para uma estratégia de pico de poder no fim da partida, mas vemos duas características principais: late e mid game.

O Arauto serve mais os times que têm um controle um pouco maior do meta. Eles focam em uma partida mais voltada para o mid game, de mais intensidade, principalmente na Rota do Meio, e levam a T1 logo no começo do jogo. Isso faz a diferença nessa abordagem. Quando chega no pico de poder, essas equipes costumam partir para as lutas nos mesmos objetivos e encaminham a finalização assim que enxergam uma brecha.

Por outro lado, há times que focam mais em escalar os seus Campeões, são os que partem para fazer o Dragão de cara. Neste cenário, é muito comum vermos o cross map em partidas do Wild Tour, que é quando uma equipe faz um objetivo de um lado enquanto a outra faz o objetivo do lado oposto do mapa. Elas evitam lutas no começo da partida para focar nas team fights quando estiverem com todos os buffs possíveis.

Este meta é muito focado nas lutas, então a gente vê um jogo que só roda em torno dos objetivos. É por isso que falamos tanto sobre Arauto e Dragão. A partida tende a dar uma acalmada quando esses objetivos estão mortos.


Quais são os times que aplicam o meta brasileiro no Wild Tour?

Felipe Tonello, caster do Wild Tour: Acredito que o time pioneiro a usar essa estratégia foi a Los Grandes. Assim como a B4, que apostou nesse estilo desde a primeira semana. Mas tem as equipes que começaram a jogar desta maneira, se adaptando: TSM, LOOPS, Omegha, DreamMax e Vivo Keyd.

Belle, caster do Wild Tour: O meta brasileiro vai muito de encontro à capacidade das equipes de inovarem em suas composições, casos de B4 Esports e Los Grande. Mas alguns outros times usam a montagem do draft em cima do que o adversário trabalha, sem copiar nada de fora [do Brasil], apostando no que tem de mais forte dentro da line up.

Kzuki, caster do Wild Tour: O time mais BR do Wild Tour é a LOOPS. Eles adoram os Campeões Wukong e Braum, que ganharam destaque pela função que exercem e se encaixam no nosso estilo de jogo brasileiro. Eles têm um estilo de jogo agressivo e mandam muito bem no early game. Sinto essa brasilidade por serem um dos times mais novos e que não tiveram tanto contato com outros times e outras estratégias.

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