Experiência e gritaria: presença no palco muda desempenho dos atletas?

Jogadores analisam performance no presencial nas semanas, e falam sobre o espírito esportivo após provocações

Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

O dia 8 de abril marcou uma nova era do Wild Tour, com as equipes se enfrentando cara a cara no palco. Além do clima de muita tensão, o nervosismo que o presencial gera nos elencos não é só por conta do “frio na barriga”, mas por conta do alvoroço que os jogadores na hora de passar uma call em um tom mais elevado ou até mesmo de fazer uma provocação para o adversário.

Neste panorama, os atletas com mais experiência de palco fizeram mais barulho e incentivaram seus companheiros a gritar junto. Wesley "Mithy" Oliveira, Suporte do Cruzeiro, foi um dos personagens mais marcantes nas semanas de presencial.

Apesar de não ter se classificado para os Playoffs, a Raposa apresentou uma grande evolução na fase regular, que foi buffada pela presença do grupo nos estúdios.

“Esse fato de gritar e usar o palco a meu favor é algo que fiz em todos os presenciais que eu já joguei. Para mim é algo bem natural, tanto que na primeira semana de presencial do Wild Tour eu já estava dançando e cantando”, disse Mithy aos risos.

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Akihito e Mithy em partida contra a DreamMax na Semana 8 - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

O Suporte da Raposa inflamou seus companheiros, e foi protagonista na Semana 8 do campeonato. Até mesmo o novo Jungler da equipe, Cauã "Angel" Wylker, que se juntou ao elenco já no returno, foi contagiado pela gritaria de Mithy. Naquela rodada, o Cruzeiro venceu a DreamMax por 2x0.

“No calor do momento você olha para o lado e vê o coleguinha levantando os braços e falando alto, aí você entra na onda”, contou Angel.

No entanto, o espírito esportivo é uma das grandes preocupações de Mithy desde que entrou no cenário competitivo de esports. Para o jogador, é imprescindível que os players saibam manter o ambiente saudável longe dos holofotes. É preciso saber a hora de falar alto e a hora cumprimentar o adversário.

“Eu jogo desde 2013 e passei por muitas etapas. O mais interessante é que, no presencial, o nervosismo nunca foi algo que fez parte das minhas apresentações. Isso é muito bom, porque consigo manter a calma para incentivar os meus companheiros e, depois que o jogo acaba, também ter a consciência de que toda a explosão fica só lá no palco”, disse Mithy.

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Mithy, Suporte do Cruzeiro - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

“É importante saber separar o palco do extra-jogo. Na hora a gente estava gritando e provocando, mas antes e depois da partida estávamos trocando ideia e conversando numa boa. Isso é muito importante”, acrescentou Angel.

“Dedo no ult e gritaria”

Na Netshoes Miners, o cenário é bem parecido. Afinal, desde que pisaram no palco, o desempenho deles cresceu. Foram duas vitórias, contra Vivo Keyd e DreamMax, com partidas consistentes. Não por acaso, a Miners tem um dos elencos mais “barulhentos” do Wild Tour.

“A nossa gritaria, na maior parte das vezes, é para comemorar. Claro, também acaba rolando a provocação para o adversário, mas a gente vibra a cada objetivo. O Kozy é um dos que grita o tempo todo, faz barulho, e isso incentiva muito o time”, contou Xem, Top Laner da Miners.

“Com certeza, a Miners presencialmente é muito mais forte. A gente não cai na intimidação de voz, nem na provação, mas sabemos fazer isso bem. Nós criamos um foco maior no palco. Quando chegamos com o estilo de jogo definido e essa confiança do presencial, ninguém consegue parar a gente”, acrescentou.

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Xem, Top Laner da Netshoes Miners - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

Uma das principais surpresas do presencial foi a Liberty que, apesar de ter o elenco mais jovem do campeonato, conseguiu mostrar muita maturidade nos confrontos “tête-à-tête”, com altos decibéis. A equipe subiu na tabela, engatou vitórias e, inclusive, bateu a forte B4 Esports na estreia do stage com uma das melhores apresentações da competição.

“Há algum tempo que o time vem preparando o psicológico para poder pisar no palco sem pressão. Eu, por exemplo, tenho feito esse trabalho mental desde que entrei na Liberty, porque essa é a minha primeira experiência profissional”, disse Kinzin, Caçador da LBR.

A Liberty está entre as oito organizações classificadas para os Playoffs, que vão acontecer entre os dias 29 e 30 de abril e 1º de maio. Da Fase Eliminatória saem as quatro equipes que vão disputar as finais, com público, em Belo Horizonte.

“O nosso hype só cresce com a ideia de jogar em Minas, com torcida na plateia. Dá até um arrepio só de pensar. O palco pode fazer você jogar ainda melhor, mais focado, ou te abalar. É tudo questão de perspectiva, mas eu sei que a gente vai performar muito bem nas próximas semanas”, finalizou Kinzin.

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Liberty em partida na Semana 8 do Wild Tour - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

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