Liberty tem menor média de idade entre as equipes do Wild Tour

Comissão técnica alia idade a estilo de jogo ofensivo e busca disciplina fora dos campos de batalha

Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

A Liberty tem a line up mais jovem do Wild Tour, com uma média de 18,5. São três jogadores menores de idade: Pedro "Freaks" Henrique, 16; Vinicius "Boss" Hirai, 17; e Bernardo "Kinzin" Azevedo, 17. Antes do início do torneio, o panorama preocupava a comissão técnica, por medo da falta de experiência dos atletas. No entanto, com o passar dos treinos, a questão etária passou a ser uma das principais influências para o estilo de jogo ofensivo.

“Nosso time é muito agressivo. Nossos jogadores são muito agressivos. Fizemos algumas partidas bem pegadas no começo do torneio, porque ainda estávamos com pouco tempo de treino e cometendo erros. Mas, nosso objetivo é encaminhar a vitória no early game - ou a derrota também. Faz parte do ‘DNA’ da equipe”, disse o coach Guilherme "Higuree" Arruda.

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Parte da Line up da Liberty no Wild Tour - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

Por outro lado, a falta de vivência do grupo tem sido o foco do staff da Liberty desde que os jogadores foram para a GH. Além da preocupação com alimentação, sono e outras questões físicas de jovens ainda em desenvolvimento, os responsáveis pela organização fazem esforços para manter a “ordem” no ambiente de trabalho e de convivência.

“A gente acaba fazendo um pouco o papel de mãe, pai e educador no dia a dia. Eles têm hora para acordar, para dormir, para treinar, para comer… Instaurar uma rotina ajuda muito na hora de criar um ambiente mais propício para o desenvolvimento deles”, disse Ju Pocá, Manager Mobile da organização.

“Essa é a primeira vez que muitos deles estão morando fora de casa, sem os pais. Então a gente dá bronca desde coisas simples, como lavar os pratos depois de jantar, até levar ao médico se algum deles fica doente. É uma situação de confiança mútua ali e tem que ser assim ou não dá certo.”

Na disciplina, a comissão técnica parece ter encontrado a fórmula para conduzir os meninos rumo aos Playoffs do Wild Tour. E tem dado certo até aqui. No Grupo A, considerado mais difícil da competição, a Liberty teve três vitórias em cinco partidas, e encerrou o primeiro turno à frente de equipes mais experientes, como a Omegha Esports.

A curva de evolução da equipe é algo que os técnicos destacam. Apesar do pouco tempo de convivência e entrosamento, a sensação é de que, a cada semana, o time mostra avanços importantes tanto em fundamentos do jogo quanto em técnica.

“Nosso trabalho é visualizar o que os cenários [de Wild Rift] mais avançados estão fazendo e trazer a adaptação para o Brasil, mas é muito interessante ver como o quanto o time evolui rapidamente. Não adianta a gente só copiar, sem saber o porquê estamos fazendo as coisas, jogando de determinada forma. Neste momento, o time já sabe quem é e como deve trabalhar. As coisas estão fluindo rapidamente e isso se deve muito à facilidade de aprendizado do grupo”, afirmou Tomas "Julião" Santana, strategic coach.


Pressão de palco

Vinicius "Kona" De Melo, 22, e Gabriel "ManoFrizer" Oliveira, 21, são os atletas mais experientes do grupo. Ainda assim, ambos têm pouca bagagem em campeonatos presenciais.

Este é um quesito que, mais recentemente, passou a dar um “friozinho na barriga” dos players. Afinal, a expectativa é que, em algum momento, os embates passem a acontecer nos estúdios do Wild Tour, presencialmente.

“Eu não tenho experiência de palco e vários meninos do time também não. Mas toda essa pressão tem a ver com a forma que a nossa mente humana trabalha, né? Por isso a gente tem que trabalhar bem isso. E isso eu estou trabalhando há algum tempo já, para não ficar nervoso. É controlar e ficar tranquilo”, ponderou Kinzin, Jungler da Liberty.

Para criar um ambiente mais sossegado, a organização está apostando em psicoterapia para a line up. Eles têm acesso a uma psicóloga semanalmente para conversar, expor as inseguranças e aprender a lidar com a pressão.

“Muitas pessoas não entendem o quanto é difícil para uma pessoa de 16, 17 anos sair de casa em busca de um sonho e passando por uma pressão gigantesca. Trabalhar esse lado é essencial e o nosso objetivo é tornar todo esse processo, que é bem doloroso, o mais fácil possível”, finalizou Ju Pocá.

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