De “cachorro morto” ao segundo Wild Tour: a virada da Omegha
Foto: Cesar Galeão/Riot Games
Nesta série de matérias, apresentaremos as 12 equipes que participarão do Wild Tour Brasil 2022, com as novidades, curiosidades e bastidores do cenário. Fique de olho!
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Felipe "Feex", Matheus "Seelinah" e Saulo "Benignus" estão juntos há quase um ano. Antes de entrarem na Omegha e-Sports, o trio só “batia na trave” ao buscar espaço no cenário de Wild Rift. Na época, com outros players na line up, eles se dedicaram por meses a uma rotina de estudos e treinos por conta própria, até que a oportunidade de ouro surgiu para abrir o caminho para o Wild Tour.
“Treinamos sem apoio e também não jogamos campeonatos da comunidade, porque naquele momento ainda não estava valendo a pena financeiramente. Éramos nós por nós”, relembrou Feex, 30, Suporte e capitão da equipe.
Durante o período em que ficaram sem nenhuma organização, eles fizeram vários convites de treino para a Omegha. Todos sem resposta.
“A nossa line não tinha nem nome. Dá para entender a resistência, porque ninguém conhecia nosso time. Até que um dia eles estavam sem ninguém pra treinar, e devem ter pensado: ‘Vamos com esse time de cachorro morto aí mesmo’”, contou o capitão.
“No primeiro treino que a gente fez, eles não entenderam o que aconteceu. Perderam feio. Aquela line up está até agora tentando entender o treino contra a nossa. Aí a gente fechou com a Omegha um tempo depois”, disse aos risos.
Logo após o fim do treino, Vinicius Reis, CEO da Omegha, ligou para a comissão técnica para entender quem eram aqueles desconhecidos. Algumas semanas depois, em agosto de 2021, a nova line foi anunciada.
Os Três Mosqueteiros
As barreiras que o trio enfrentou, e a trajetória baseada na perseverança, lembra muito a história de “Os Três Mosqueteiros”. O romance escrito por Alexandre Dumas, de 1844, narra as aventuras do sonhador D'Artagnan, que se torna um dos mosqueteiros do Rei da França mesmo sendo subestimado, ao lado de seus companheiros, “os inseparáveis": Athos, Porthos e Aramis.
Para alcançar o objetivo de chegar ao Wild Tour 2021, Feex deixou o emprego em um escritório de advocacia para mergulhar no estudo do jogo, ao lado de Seelinah e Benignus. Foi um período de preocupação com a questão financeira, mas todos compartilhavam da mesma crença: eles tinham talento para se destacar.
Omegha em disputa contra a TSM no Wild Tour Finals - Divulação/Riot Games
“Nós treinávamos mais de oito horas por dia. A maioria dos times free agent não tem a nossa disciplina. Era das 14h às 22h, pelo menos, todos os dias, tirando os domingos que era o nosso dia de folga. Fomos muito subestimados, mas a gente nunca ligou para isso. Tínhamos certeza que uma hora ia dar certo”, afirmou Feex.
No mês de maio do ano passado, eles receberam uma proposta para assinar com uma organização europeia. Ainda com pouca perspectiva, eles decidiram não fechar contrato, pois o projeto não daria estabilidade aos jogadores a longo prazo.
“Fizemos um try out em outra equipe, mas a longo prazo seria muito ruim para o nosso grupo. Não teríamos uma GH e estaríamos ‘presos’ por um ano, mesmo que aparecesse uma proposta melhor”, afirmou.
“Naquela semana foi muito difícil para a gente. Nosso antigo AD Carry disse assim: ‘A gente tá há meses sem nada e aparece uma proposta e vamos falar não?’. Mesmo assim, aquela história de que é melhor ter um passarinho na mão do que mil voando nem passou pela nossa cabeça.”
A negativa para uma proposta com carteira assinada mexeu com o psicológico da equipe. Nas semanas seguintes ao episódio, o desempenho da line caiu drasticamente. Mais algumas semanas se passaram até que a “poeira baixasse”. A partir dali, a curva de performance foi apenas de ascensão.
A formação atual
Quando, finalmente, o grupo foi contratado pela Omegha, o antigo AD Carry decidiu aceitar o convite de outro time. Foi assim que o espaço para a chegada de Haroon “Aomine” aconteceu. O jovem, de apenas 17 anos, que até metade de 2021 só jogava partidas ranqueadas, conseguiu se profissionalizar.
Aomine, inclusive, é em homenagem ao personagem de Kuroko no Basket, mangá que virou anime. Daiki Aomine é um dos melhores jogadores da obra, e atuava no time apelidado de "Geração dos Milagres", por abrigar os maiores prodígios. A frase mais popular dele é: "O único que pode me vencer sou eu mesmo”.
“Eu jogava todo dia, fui subindo de elo e peguei top ranking. Foi assim que eles me acharam, pelo jogo mesmo. Fizemos uma call para entender a proposta. Na hora, aceitei”, disse Aomine.
Se você acredita que os nomes trazem poder, vale ficar de olho no jogador — ele será dos melhores.
Para a disputa do Wild Tour 2021, o Solo Huya foi contratado e, assim, a equipe chegou ao Finals, mas acabou eliminada para a campeã TSM. Nesta temporada, a Omegha reforçou a posição do Meio, com a chegada de suitS.

Line up e comissão técnica da Omegha nesta temporada - Cesar Galeão/Riot Games
Saiba a escalação que vai disputar o Wild Tour 2022:
- Huya - Rota do Barão
- Benignus - Selva
- suitS - Meio
- Aomine - Rota do Dragão
- Feex - Suporte
- Seelinah - Suporte
A Omegha faz sua estreia no torneio nacional nesta sexta-feira (18), após o confronto entre B4 e TSM, que começa às 19h.
WILD TOUR BRASIL 2022: GRUPOS E AGENDA COMPLETA
Todas as partidas do torneio serão transmitidas ao vivo nos seguintes canais: Twitch, TikTok, Nimo TV e Youtube. Siga também o @WildTourBR no Twitter e no Instagram para não perder nenhuma atualização do Wild Tour Brasil 2022.