Raio X dos Playoffs: veja confrontos e retrospecto das equipes
Nesta sexta-feira (29), a partir das 13h, os Playoffs do Wild Tour terão início. Após 10 semanas de Fase de Grupos, com 12 equipes, apenas 8 se classificaram para o período de mata-mata da competição. O formato apresentará um sistema de dupla eliminação, em que as equipes podem perder uma vez antes da grande final, que acontece em Belo Horizonte no dia 8 de maio.
Os cruzamentos foram distribuídos conforme a pontuação das organizações durante a Fase de Grupos e todas as partidas serão Md3, exceto pelas finais da chave superior e inferior, que também acontecerão em BH no dia 7 de maio, e terão formato Md5. A finalíssima será uma Md7.
Veja como ficaram os confrontos que darão o pontapé inicial na Fase Eliminatória:
Saiba mais sobre o retrospecto dos times e as expectativas para a etapa decisiva do campeonato no Raio X dos Playoffs.
TSM x Vivo Keyd
Na abertura das disputas, a TSM encontra a Vivo Keyd para tentar se afirmar como uma das melhores equipes do campeonato. Com um saldo de sete vitórias e apenas três derrotas em 10 rodadas, a Team SoloMid chega embalada para encarar a VK, que se classificou aos “trancos e barrancos”, com somente quatro séries ganhas.
“Eles sabem que são underdogs [neste confronto] e que a única chance de ganharem de nós é se tratar de uma Md3. Eles vão tentar nos provocar no palco e tentar tirar um jogo da gente. Então, se fizermos o nosso e não tomarmos sustos, vai ser tranquilo”, disse Felipe "Mïke" Michels, Mid Laner da TSM.
Do outro lado, a Vivo Keyd descarta o favoritismo dos adversários. Para o time, com a tabela “zerada” após a Fase de Grupos, as oito equipes se equiparam no mata-mata. Ou seja, os times se equivalem neste momento do torneio.
“Independentemente de qualquer coisa, acho que os times dos Playoffs têm um nível muito próximo e não acredito que tenha uma disparidade. Não tem campeão anunciado e nem mesmo uma semifinal anunciada. Tudo pode acontecer”, afirmou o Suporte Antônio 'Maynah' Araujo.
Maynah e Katrina, da Vivo Keyd - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil
Apesar de viverem fases distintas, existem semelhanças entre as trajetórias de Vivo Keyd e TSM no Wild Tour. Ambas demonstraram suas melhores versões - e também a capacidade evolutiva - durante o segundo turno. As principais vitórias da VK aconteceram a partir da sexta semana, caso do reencontro contra a DreamMax, que até então era líder do Grupo B.
“No final do primeiro turno, o time estava bem desanimado mesmo e o moral impacta muito a mentalidade. No entanto, a gente chegou no fundo do poço, mas sabíamos que a partir dali só dava para subir. Quando a gente se propôs a mudar, as coisas começaram a acontecer. Chamamos esse momento de ‘a retomada’”, disse Guilherme 'Katrina' Protzner, Mid da VK.
“Antes de começar o campeonato, a nossa mentalidade era só ir atrás do título, mas, quando as coisas deram erradas, focamos só em classificar. Agora, estamos vivendo um dia de cada vez. Esquece a final, esquece tudo. A gente vai pensar no próximo jogo e é isso. Passo a passo.”
Já a TSM conseguiu tirar a liderança da B4, que estava invicta no Grupo A antes do returno. O ponto de virada para o grupo comandado por Kaiba foi a troca de Suportes e a chegada de um novo strategic coach: Daniel "danz0r" Mussoi.
Mike e Petroni, da TSM - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil
“As mudanças só impactaram positivamente e tivemos um bom tempo para nos adaptar a elas também. Agora estamos na fase em que só precisamos nos preocupar com os Playoffs e acho que a chegada do Leozin [na Rota do Dragão] foi muito importante para o nosso time. Ele tem só 17 anos, mas se mostrou um dos caras mais calmos dentro do stage. Ele é bizarro”, ponderou o Atirador da TSM, João "Petroni”.
“A entrada do danz0r também foi muito importante para nós. Ele mudou muito a nossa maneira de jogar, e conseguiu tirar um pouco do peso das costas do Kaiba. Estamos na nossa melhor fase”, acrescentou.
Netshoes Miners x Liberty
O encontro entre Netshoes Miners x Liberty vai marcar um dos confrontos de maior equilíbrio do Wild Tour. Duas equipes que tiveram mudanças consideráveis ao longo do torneio, mas que conseguiram chegar na reta final da Fase de Grupos em uma crescente impressionante.
O momento é favorável para a Miners, que tem o buff de quatro vitórias consecutivas. A última derrota do time, por 2x1, foi no dia 25 de março, há mais de um mês, para a Los Grandes. Desde lá, os triunfos sobre XIS (2x0), Vivo Keyd (2x1), DreamMax (2x0) e Cruzeiro (2x0) mostraram o potencial do grupo de beliscar uma vaga nas finais da competição.
“No decorrer do campeonato a gente foi testando vários estilos de jogo e encontramos um jeito de jogar que combinou com todo mundo. Estamos preparados para os Playoffs”, contou Linniker "Fusion" Maciel, ADC e player mais velho do Trem da Miners, com 22 anos.
Kozy e Fusion, da Miners - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil
O estilo fluído de jogo que o time gerido e treinado por Guilherme "Mathias" apresenta no último mês tem muito a ver com a boa convivência do elenco na GH. Até o início da fase presencial do Wild Tour, os jogadores estavam jogando remotamente, e cada um de sua casa.
“O fato de termos vindo para a GH mudou tudo para nós. Estar fisicamente juntos uniu ainda mais o grupo, melhorou muito as nossas relações e criou essa confiança entre os jogadores. Essa união refletiu no desempenho do jogo”, acrescentou Fusion.
A união da Miners tem muito em comum com a sincronia que a Liberty experimenta nos bastidores, principalmente depois de bater a forte B4 na estreia do presencial. Mesmo sendo uma das últimas equipes a serem montadas, a line também é a mais nova do torneio, com média de 18,6 anos. Antes, esses pontos eram preocupações para a comissão técnica, agora são aspectos considerados já superados.
“Todo mundo se adaptou muito bem, apesar da média de idade. Não sei explicar o motivo, para ser bem sincero, porque são três jogadores menores de idade e o mais velho sou eu, com 22 anos”, revelou Gabriel "ManoFrizer" Oliveira, Suporte da Liberty, rindo.
“É impressionante como o Kinzin e o Boss não sentiram um peso negativo no palco. Fiquei bem surpreso com isso e feliz pela maturidade que eles mostraram, sem jogar mal por conta de estarem em frente às câmeras ou por conta das luzes.”
ManoFrizer e Kinzin, da Liberty - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil
Para a Fase Eliminatória, a Liberty está com a confiança em alta e tem a certeza de que é uma das equipes que mais evoluiu na fase regular.
“Nosso diferencial vem do staff, que é muito bom. O Higure e o Julião estão sempre fazendo review individual com todo mundo, e também trabalhando o coletivo. Eles agregam muito para o time, passam muita confiança e muito conhecimento. A Liberty é o time que mais evoluiu neste campeonato e vamos com foco total para os Playoffs”, finalizou ManoFrizer.
Los Grandes x Omegha e-Sports
Buscando vaga nas finais em Belo Horizonte, Los Grandes e Omegha fazem uma disputa acirrada. Apesar da Onda Laranja obter o primeiro lugar da sua chave na tabela e a Omegha ter conquistado a última vaga de seu grupo para os Playoffs, os números enganam.
Depois de alguns tropeços, especialmente contra a Liberty (derrotas nos dois turnos) a Omegha apresentou séries extremamente sólidas nas últimas três semanas da fase regular, e venceu os líderes do Grupo A, TSM e B4, nas duas últimas rodadas.
“Quando a coisa realmente apertou, vimos que íamos precisar fazer alguma coisa a mais para ganhar. O nosso time só funciona quando a ‘água bate na bunda’. Sabemos que, em algum momento da semana, vamos ter um treino ruim e é aí que a gente foca completamente”, disse Patrick "suitS" Castelanno aos risos.
“Foi da metade para a final da Fase de Grupos que a gente virou realmente um time. Foram duas entradas novas, do Huya e do Suits, e o tempo foi crucial para nós. A verdade é que a Omegha funciona sob pressão”, completou o ADC, Haronn "Aomine" Perondi.
Suits e Aomine, da Omegha - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil
Ao contrário da Omegha, a Los Grandes possui a melhor campanha de todo o campeonato entre os grupos A e B. Além da regularidade, com nove séries ganhas e apenas um revés contra a DreamMax, o que mais chama a atenção é a forma como a Los finaliza suas partidas, de forma surpreendente na maioria das vezes.
Esta “carta na manga”, aliada à frieza, é uma das especialidades do grupo e pode ser o diferencial no momento mais decisivo do campeonato.
“Essa é uma mecânica muito interessante do jogo. Depois dos 15 minutos, o abate deixa o jogador mais de 40 segundos fora da partida. Esse tempo, sendo que o adversário completou três itens e consegue destruir torres com três golpes, é muito para dar GG”, revelou o Atirador da Onda Laranja, Gabriel 'irotah' Hatori.
“Quando a gente acha uma brecha, todo mundo tem que seguir. Todo mundo tem que confiar na call para dar certo, porque é GG em algum lugar do mapa. Nós sabemos aproveitar essas brechas”, acrescentou.
Ranker, Padaa99 e irotaH - Foto:Cesar Galeão/Riot Games Brasil
B4 Esports x DreamMax
A B4 fez um primeiro turno impecável, invicta, mas teve muitas dificuldades no returno do Wild Tour. O mesmo roteiro aconteceu com a DreamMax. Cenário diferente da tendência de evolução que os outros seis classificados apresentaram.
No entanto, as duas lines, que contam com jogadores experientes no stage e larga bagagem de competitivo, encontraram problemas no decorrer do campeonato e precisaram “se virar nos 30” para corrigi-los. Neste processo, a B4 fez mudanças consideráveis em seu estilo de jogo.
Durante as primeiras cinco semanas, o Jungler, Rayan "letter" Castro, fazia o papel de carregador e principal criador de jogadas. Na configuração do returno, Gabriel "ySacer" Medeiros tomou o lugar de destaque.
letter e carliTo, da B4 - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil
“A B4 vai chegar muito melhor nos Playoffs do que foi no segundo turno. Tivemos alguns problemas externos, problemas de adaptação, mas conseguimos solucionar com táticas diferentes”, afirmou letter.
“Foi uma saída que a gente encontrou em meio às dificuldades, e que se encaixou muito bem no nosso time, já que a gente tem o ySacer como AD carry e ele é brilhante. Acho que a gente tem que aprender a aplaudir a vez do outro. É a hora de ele ser o destaque. O pensamento precisa ser coletivo.”
Já a DreamMax sofreu com a mudança de patch, que incluiu novos itens específicos para as rotas laterais do mapa:
“No começo do campeonato, a gente tinha se adaptado muito bem ao meta. A gente tinha saídas muito boas, antes de sair Quebracascos e Ruptor Divino. Na medida que o meta mudou, após o lançamento desses itens, a gente se adaptou um pouco mal. Essas dificuldades mostraram outros problemas que a gente tinha, como problemas de comunicação e tomada de decisões. A partir dali, precisamos começar a nos reinventar”, contou Matheus "Nix" Paiva, Suporte da DMX.
A adaptação mudou a forma como a DMX passa as calls durante as partidas. Atualmente o time não tem um shotcaller. O trabalho tem sido feito para que as comunicações aconteçam de forma orgânica, em conjunto.
“A partir do momento em que a gente percebeu que a comunicação precisava ser de todo mundo, decidimos não ter um shotcaller. Eu não sei se isso é temporário, mas a gente tá ajustando essa call e testando possibilidades”, afirmou Nix.
“Há três semanas estamos trabalhando na questão da comunicação, que precisava ser mudada. Também estamos trabalhando na questão de cadenciar mais o jogo, focando mais nas nossas sides. Estamos estimulando esse jogo pelas laterais. Acho que é isso que está fazendo a DMX voltar a ser candidata ao título”, concluiu.
Nix e MouseGod, da DreamMax - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil
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