Full House Gaming: o “catadão” que conquistou vaga no Wild Tour
Foto: César Galeão/Riot Games Brasil
A Full House Gaming surgiu sem grandes pretensões no Wild Rift. Afinal, a line up, que não possui jogadores badalados, pensou que não se classificaria para o Wild Tour 2022. A ideia era montar uma equipe para ampliar os horizontes da FHG, que nasceu como lan house antes de se tornar uma organização, e projetar um crescimento futuro.
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O general manager e idealizador do projeto, Vinicius “VSM” Souza, fez um verdadeiro “catadão” para montar o seu time. A ideia era reunir jovens talentos que não tinham tido oportunidades de se mostrar no mercado.
“No começo, quando eu entrei para a FHG, a minha ideia era trazer alguns jogadores conhecidos do cenário. Mas é muito difícil você montar uma line up do zero. Eu tinha vindo de outro jogo mobile e não conhecia absolutamente nada de LoL”, disse Vinicius.
"Então resolvi mudar a minha estratégia. Pensei em dar oportunidade para quem queria entrar no cenário competitivo, e aí montar um time com base nisso. Jogadores novos também têm muito talento e, dando espaço para eles, o cenário como um todo cresce.”
Os recursos financeiros eram poucos para investir em contratações. Naquele momento, o CEO da Full House, César Souza, confiava na promessa feita por VSM. Se ele conseguisse reunir players com potencial para crescer, seria possível apresentar resultados e encontrar patrocinadores dispostos a investir na modalidade.
“Esse foi o primeiro passo, sabe? A confiança no projeto. Mesmo a gente não tendo uma equipe com nomes fortes do Wild Rift, porque eram todos desconhecidos. E, para mim, não importava se o cara era famoso ou não. Só me importava que eles fossem bons”, afirmou o manager.
“Olheiro” da casa
Depois de ter o sinal verde para ir atrás das peças, Vinicius começou o trabalho de “olheiro”. Nas partidas ranqueadas, pelas redes sociais, ou ao saber que alguma equipe iria se desmanchar, VSM ia atrás de jogadores em cada oportunidade. Erick “BM” Andrade, Mid Laner da FHG, é um dos exemplos dessa busca pouco convencional por atletas.
“Achei um vídeo de jogadas dele no Twitter e depois eu vi o BM jogando na ranqueada também. Ele tinha quatro mil partidas, mas era um player casual, de 16 anos, que ninguém dava bola”, relembrou Vinicius.
“Mas olha só: jogando no inhouse, ele se tornou o Top 1 entre todos os profissionais. Foi uma novidade no cenário que conseguiu se destacar e é a primeira vez dele competindo na vida.”
A line up também conta com atletas que rodaram no cenário de esports. Bruno “Barata” da Silva, o Solo do time, migrou para o Wild Rift logo após o lançamento, mas ainda não havia se estabelecido no mercado.
“O Barata não estava recebendo oportunidades. Ele foi para uma organização onde jogava na reserva. Apesar de não ser tão novo no cenário, ele não estava tendo a oportunidade certa. Era um talento desperdiçado”, disse o gerente.
Line up completa da Full House Gaming - Foto: César Galeão/Riot Games Brasil
Por fim, uma das conquistas da equipe foi a contratação do head coach, Douglas “Barba” Rodrigues, considerado o grande responsável por implementar o estilo de jogo na FHG. A base de conhecimento do treinador vem do League of Legends.
“Eu aceitei o cargo sem ter noção se ia dar certo ou não. A gente não tinha vaga garantida e nem uma certeza de que o trabalho ia para frente. Foi uma aposta mesmo. Mas quando recebi o convite, eu senti que ia fazer parte de um time e de uma família também. Isso me deu vontade de tentar”, contou o coach.
Vaga no Wild Tour incerta
Durante a primeira etapa das Qualificatórias Abertas para o Wild Tour, a Full House teve bastante dificuldade, principalmente por conta da questão psicológica. Os atletas sentiram a pressão de estar disputando uma vaga no torneio oficial do jogo, e isso afetou diretamente a atuação nas eliminatórias.
“Foi muito difícil depois da primeira etapa. A gente estava com uma pressão absurda de não conseguir se classificar. Para alguns, era a primeira vez competindo na vida. Chegamos a achar que não ia dar esse ano, não”, afirmou VSM.
Na segunda etapa, o CEO da FHG falou que, mesmo se não conseguíssemos entrar para o Wild Tour, o time não acabaria. Ele tirou a pressão da gente. Depois disso, nós conquistamos a vaga”, concluiu.
Os últimos quatro classificados para a Fase de Grupos do campeonato foram: XIS, Loops Esports, Los Grandes e Full House Gaming.
Fase de Grupos
Nas primeiras duas semanas do Wild Tour, a Full House Gaming ainda não conseguiu encontrar o caminho das vitórias. As duas derrotas foram pelo placar de 2x0, uma para a Omegha, na estreia, e a outra para a B4.
O próximo encontro da FHG é com a TSM, na sexta-feira (4), após o confronto B4 x Liberty.
WILD TOUR BRASIL 2022: GRUPOS E AGENDA COMPLETA
As partidas estão sendo transmitidas ao vivo nos seguintes canais: Twitch, TikTok, Nimo TV e YouTube. Siga também o @WildTourBR no Twitter e no Instagram para não perder nenhuma atualização do Wild Tour Brasil 2022.