“Faço isso pela minha família" - a história de Petroni
A grande paixão de João Victor Petroni de Paiva é o League of Legends. Desde os 13 anos, o atual atirador da TSM “respira” o jogo 24h por dia. Hoje, aos 21, ele já carrega uma boa bagagem no cenário competitivo, a conquista do primeiro Wild Tour e a participação no mundial de Wild Rift.
Mas o que parece ser uma ascensão meteórica, não aconteceu de uma hora para a outra. A decisão de seguir nos games surgiu em 2015, aos 15 anos, quando Petroni pôde sentir de pertinho a emoção dos esportes eletrônicos.
“Eu fui assistir à final da paiN contra a INTZ, do CBLOL, que aconteceu no Allianz Parque. Fui com meus amigos e, quando subimos na arquibancada, cheia de gente, vimos o palco… Foi emocionante. Deu um frio na barriga, aquela arrepiada, aquela lacrimejada nos olhos. Foi ali que eu soube que queria ser pro player”, contou o ADC em entrevista.
Coincidentemente, a final do CBLOL, que emocionou Petroni, aconteceu no estádio do time para o qual ele torce, o Palmeiras. Mas o jovem do interior paulista nunca havia assistido a uma partida in loco da equipe. O primeiro contato com a “casa” palmeirense foi através do LoL.
“É engraçado porque é o estádio do time que eu torço no futebol. Sou palmeirense desde criancinha, mas nunca tinha ido ao estádio do Palmeiras. Quando eu vi o espetáculo que era uma final de CBLOL, e de dentro do estádio, deu muita vontade de competir”, relembrou.
A virada de jogo
Pouco tempo depois do “Dia D” no Allianz Parque, Petroni decidiu mergulhar no competitivo. Jogava partidas ranqueadas com seus amigos, se dedicava ao estudo do jogo, mas as coisas não deram tão certo assim.
Sem conseguir entrar em uma equipe profissional, Petroni conciliou escola, iniciou a faculdade, e resolveu “tocar” a vida, mas sem abandonar o sonho.
“Um pouco da minha frustração no LoL foi não ter conseguido jogar profissionalmente com meus amigos. A gente tinha uma equipe muito unida, sabe? A gente trabalhou por muito tempo, sem receber nada [de dinheiro]. Depois, cada um foi para um lado, em um time diferente, mas eu fiquei”, disse.
Com o lançamento do Wild Rift, Petroni linkou o conhecimento adquirido nos tempos de League of Legends para aprimorar seu desempenho no mobile, e rapidamente virou um dos melhores da sua posição no cenário brasileiro.
“Meu caminho no Wild Rift foi muito claro. Me destaquei muito no competitivo desde o começo. No final, eu consegui ser campeão brasileiro e ter um desempenho bom lá fora [na Horizon Cup, primeiro torneio globa da modalidadel]. Acho que estou no caminho certo. Tinha que ser desse jeito.”
Wild Tour 2021/Divulgação
Base familiar
Sem dúvidas, a parte mais difícil da carreira, segundo Petroni, é ficar distante da família durante as competições. Afinal, além do apego aos familiares, que não deixaram o jogador desistir da carreira, seus irmãos foram os responsáveis por ele ter ingressado nos games.
“Quando ganhei o Wild Tour e vim visitar minha família, foi muito legal. Minha mãe e meu pai fizeram um banner para mim. Eles gravaram os jogos, assistiram a todos os jogos”, disse o pro player, sem esconder a emoção.
Foto: Arquivo pessoal
“Meus pais e meus avós sempre me apoiaram no meu sonho, e isso desde que eu compartilhei com eles o que queria fazer da vida. Eu não imaginava que ia ter tanto apoio assim. Ano passado, fui morar na GH [Gaming House], então eu não sabia como era importante ter essa base, mesmo que de longe.”
Junto com as vitórias na última temporada, os holofotes passaram a acompanhar o Atirador da Team SoloMid. Por isso, ele acredita que, para manter os pés no chão, a proximidade com seu núcleo familiar é fundamental.
“Depois do jogo do Wild Tour, meus pais fizeram uma ligação de vídeo comigo. A gente chorou junto, todo mundo estava muito emocionado. Para mim, isso significa que eu estou no caminho certo, fazendo o que eu amo, e junto com as pessoas que me apoiam”, afirmou.
“Eu não posso perder o ponto… Ser arrogante, não ter humildade. Eu só vou treinar, fazer o meu e tentar melhorar sempre. Faço isso pela minha família”, finalizou.