Em família, Miners busca título em casa “contra tudo e contra todos”

Elenco conta como lidou com críticas no início do campeonato e comenta relação familiar nos bastidores

Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

Fundada em Minas Gerais, a Netshoes Miners é a única organização mineira a disputar as finais do Wild Tour em Belo Horizonte, já que a equipe conterrânea, do Cruzeiro, não avançou para os Playoffs. Todos esses ingredientes fazem o time viver um clima leve e familiar nos bastidores. No entanto, o trem da Miners saiu algumas vezes dos trilhos e só seguiu firme na trajetória após aprender a lidar com as críticas e os tropeços.

“Chegamos até aqui contra tudo e contra todos e agora vamos em busca dos nossos objetivos: chegar ao Icons e levantar o título na nossa casa. Vamos abraçar a nossa torcida mineira”, disse Xem, Top Laner da equipe.

“Viemos como underdogs. Até mesmo quando a gente estava bem na fase regular recebemos muitas críticas, porque a vitória nunca era mérito nosso. Sempre enxergavam um demérito dos adversários e, mesmo mostrando um bom jogo, fomos bombardeados de críticas. Mas a gente nunca ligou para isso, porque sabíamos do nosso potencial.”

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Line up completa e comissão técnica da Miners - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

A Miners precisou colocar a “cabeça no lugar” para lidar com críticas nas redes sociais, logo no início do campeonato. Por terem assinado contrato com a Miners, que já tinha vaga garantida no torneio deste ano, a line up novata no cenário foi tratada como “sortuda” por alguns internautas por não precisar disputar as Qualificatórias Abertas.

“Lemos muitos comentários subestimando o nosso time: ‘Só estão lá porque compraram vaga, porque entraram direto… Eles não merecem estar ali’. Nós fomos mostrando semana após semana que a gente merece chegar até onde chegamos, sabe? Agora queremos ir mais longe”, contou o head coach, Mathias.

“Até dezembro, nosso time estava free agent e era desconhecido no cenário. Hoje nós já somos top 4 do Brasil. Aconteça o que acontecer, nós estamos entre os quatro melhores. Não tem nada no mundo que pague a nossa emoção de estar entrando para a história do Wild Tour”, acrescentou.

Um dos pontos de consolidação da Miners foi a mudança dos players para a GH. Lá, as coisas começaram a fluir. Apesar de não ser tarefa fácil passar quase 100% do tempo com outras pessoas, o elenco se aproximou muito e criou vínculos fortes com a convivência diária.

“A Miners é uma família. Claro que, como em qualquer outra família, a gente discorda, mas nós resolvemos tudo com facilidade. Mas é aquilo, se tem briga ou desavença, normalmente é porque ama e se importa o suficiente para falar as coisas que precisam ser ditas”, ponderou Fusion.

“Um tem confiança no outro e é assim que as coisas dão certo, porque quando não se tem confiança nada funciona. Todo mundo precisa confiar que o companheiro vai fazer o seu papel no jogo. Se a gente chegou até aqui é porque a gente tem isso”, acrescentou Xem.

Família (nada tradicional) mineira

Ainda que seja bem diferente do conceito tradicional de família, onde os laços sanguíneos são os responsáveis por criar vínculos emocionais, o que une os jogadores e comissão técnica da Miners é o sonho. Entretanto, o carinho que eles criaram um pelo outro foi muito além do objetivo de conquistar o título e disputar o Icons, mundial de Wild Rift.

Responsável por passar feedbacks e por puxar as orelhas dos mais jovens do grupo, Marcelo "Xem" Evangelista faz o papel de pai chato, que ele assume sem problemas: “O Raiiku, Kozy e Vilao1 sempre falam: ‘Lá vem o cara mais chato do mundo’. Quando tem que ser, eu sou mesmo. Desempenho essa função numa boa.”

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Xem, Topo da Miners - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

Além da figura paterna, Xem agrega mais uma importante peça ao quadro familiar: Agatha, ou Tatha, como é conhecida, que é mãe de sua filha, Camille, e com quem está junto há quatro anos. Aliás, ela é responsável por uma nova estratégia que o time usa para estudar os adversários.

“Me sinto um pouco mãe deles. Muitas vezes eu vou para a GH dar uma palavra motivacional e estou sempre apoiando e ajudando como posso, inclusive dando ideias. O Marcelo queria comprar um quadro branco para estudar draft e aí pensei que, quando você visualiza uma coisa, fica mais fácil de aprender”, afirmou Agatha.

“Foi aí que eu pensei em fazer imãs, com todos os Campeões do Wild Rift. Imprimi todos, recortei e fiz os imãs para eles estudarem. Eles disseram que ajudou bastante no aprendizado. E é isso. Faço o que tiver que fazer para ajudar o Marcelo e os meninos a chegarem no objetivo deles.”

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Da esquerda para a direita: Vilao1, Raiiku e Kozy - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

Os caçulas da família, Vilao1 e os gêmeos, Raiiku e Kozy, mostram a faceta mais intensa da Miners. Não há dúvidas de que eles são a engrenagem do time, e ainda esbanjam toda sua energia no palco, gritando e comemorando cada lance.

Por isso, Linniker "Fusion" Maciel é a referência de disciplina. O segundo mais velho o grupo “segura a onda” do jovem elenco quando necessário. “Eles gritam bastante e podem perder o foco em alguns momentos, por isso eu faço essa contenção”, garantiu o Atirador.

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Fusion, Atirador da Miners - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

No entanto, às vésperas do início das finais, em BH, Fusion admite que é hora de abraçar as origens e usar todas as armas possíveis para levantar o troféu de campeão, inclusive o lado emocional.

“Nosso time é feito de energia. A gente fala muito, grita e vibra a cada jogada. É muita emoção. Então, jogar em casa, com a nossa torcida, fazer eles entrarem no nosso clima, com certeza vai nos ajudar demais. Estamos prontos para viver tudo isso”, finalizou.

Na semifinal que acontece neste sábado (7), a Miners enfrenta a Vivo Keyd na segunda série do dia. Acompanhe todas as emoções da reta final do Wild Tour através dos canais oficiais do campeonato: Twitch, TikTok e YouTube.

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Miners após classificar para as finais do Wild Tour - Foto: Cesar Galeão/Riot Games Brasil

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