Do vestibular (e do metrô) ao competitivo: a história de NIX
Do cursinho pré-vestibular de Medicina até as semifinais do Wild Tour 2021, Matheus "NIX" de Paula, 23, suporte da DreamMax e-Sports, precisou estudar muito - e ir além de matemática, física e química.
"A vida escreve certo por linhas tortas, né? Mirei em Medicina e virei pro player", contou, aos risos.
NIX tinha o sonho de se tornar médico, e recebeu o apoio da família para tentar perseguir esse desejo. No entanto, durante o curso preparatório para o vestibular encontrou uma outra paixão: o MOBA.
Competir já no primeiro ano de Wild Tour foi o início de uma trajetória muito esperada pelo player. Ele só teve contato com o universo de League of Legends após o lançamento do Wild Rift.
"Eu não jogava o LoL de PC, porque quando entrei nesse ramo de jogar MOBA, eu não tinha como comprar um computador. Então comecei em um outro mobile, joguei durante três anos, e cheguei a viajar para competir. Mas aí anunciaram o Wild Rift e eu não pensei duas vezes, né?", afirmou NIX.
"Sempre me interessei muito pelo universo de LoL e vi uma oportunidade muito boa de trabalhar com a Riot, que é uma empresa que eu admiro muito. Isso me deixou muito animado. Antes mesmo de lançar o servidor no Brasil, eu já jogava. Joguei no servidor europeu, no servidor asiático… Quando eu estava em Singapura competindo, joguei Wild Rift também", acrescentou.
O estudo sempre foi o principal aliado de NIX, desde a época do cursinho, mesmo período em que começou a jogar. Além do treino técnico e tático, o jogador mergulha em suas "listas mentais" para corrigir os erros e aprimorar o raciocínio lógico. Entre algumas brincadeiras, ele se autointitulou um "vestibulando do MOBA" durante o papo.
"Foi muito bom começar no Wild Rift, porque é um jogo muito estratégico. Depende muito mais de técnica, muito mais de estudo. No começo, eu já senti muito mais dificuldade no cenário. Não era tão simples. Mas é algo que me atrai muito", ressaltou.
"Como eu já jogo o competitivo de MOBA mobile há muito tempo. Estou vendo uma evolução no cenário muito rápida. Isso também ajuda a subir o nosso próprio nível como pro player."
Vantagens de jogar no mobile
Mesmo que a barreira financeira tenha sido um impeditivo para que NIX pudesse jogar no PC durante alguns anos, um dos principais pontos que chamam sua atenção no cenário de jogos mobile é a praticidade. Inclusive, a DreamMax só deu seu maior salto no competitivo de Wild Rift graças ao fácil transporte de um smartphone.
"A gente estava disputando o campeonato da Gamers Club e, no dia que teríamos a final [do Conquest Week], eu tive um problema na minha família e tive que voltar para casa. No meio do caminho, o metrô deu uma atrasada, que o metrô [de São Paulo] geralmente dá, e vi que não ia chegar a tempo do jogo. Pensei comigo: 'Ferrou'", relembrou.
As vantagens de jogar um jogo MOBILE é que você joga final de campeonato no metrô KKKKKKK pic.twitter.com/XksYL89q0q
— NIX (@dmx_nix) November 27, 2021
"Eu desci na Sé, que era a estação mais próxima de onde eu estava, vi que tinha um lugar para sentar. Já avisei a galera que ia ter que jogar dali mesmo, não ia ter o que fazer. Na hora o meu time achou que eu estava de sacanagem. E parecia mesmo. Estava a maior barulheira de metrô, tive que tentar me distanciar da plataforma, tentei ir para um lugar mais quieto. Foi um caos."
A disputa contra a Tucan na final quase não aconteceu. A DreamMax chegou a perder uma das partidas da semifinal, disputada em formato MD3, mas conseguiu se recuperar e bater os adversários na decisão por 3-0.
"A gente chegou a perder uma partida na semifinal, bateu um frio na barriga, mas focamos para ganhar as duas últimas e ir para a final. Depois que acabou o jogo, a gente já conseguiu relaxar e dar risada da situação", afirmou o player.
Wild Tour 2022 é obsessão
DreamMax terminou o Wild Tour 2021 em 3º/4º lugar
Entre os principais aprendizados da temporada 2021, NIX colocou o esforço de equipe no topo da lista. Com muita sede de conquistar o título, ele já enxerga a DreamMax como um time mais maduro em relação ao ano anterior.
"A nossa equipe era recém-formada. As pessoas não botavam muita fé e a gente começou a ganhar de todo mundo. Pegamos o terceiro lugar ralando muito. Isso mostrou para mim que, se eu me esforçar muito, me dedicar, der o meu sangue, as coisas vão começar a dar certo", projetou.
"Com fé, dedicação e um pouco de obsessão a gente consegue ir longe."